domingo, 28 de fevereiro de 2010
Um pouco da história de Safara
Fontes documentais cristãs dão conta da existência de Safara já em 1325, sendo mesmo quase certo que seria um povoado de importantes dimensões em época islâmica. O que mais intriga o visitante, é a imponência da sua igreja matriz, numa aldeia cada vez desertificada e plantada num cantinho do Alentejo.
Ainda assim, segundo alguns historiadores a dimensão e requinte da igreja paroquial de Safara deveu-se, sobretudo, à vontade e à existência de uma elite poderosa na localidade e não tanto por necessidade demográfica, não restante Safara ser à época, um dos maiores pov0oados do sul de Portugal.
Num recensiamento efectuado em 1532, Safara na condição de aldeia tinha então 182 fogos, muito perto do número de habitantes de importantes vilas do sul de Portugal com Alcochete que tinha 200 fogos, Sines com 194, e maior que tantas vilas, como Mora com 74 fogos, Ponte de Sôr com 85 fogos ou Vila Nova de Mil Fontes com 77 fogos, por exemplo. Era inclusive, maior do que algumas cidades actuais tais como o Barreiro com 134 fogos ou Almeirim 110 fogos. No concelho, a vila de Moura era incomparavelmente maior, sendo uma das 15 maiores localidades do sul de Portugal, estando Safara como povoado de maiores dimensões logo a seguir à sede do concelho. Por exemplo, Amareleja apenas tinha 55 fogos, Barrancos 73 e Póvoa de São Miguel 61. Somente Santo Aleixo se aproximava da dimensão de Safara com 165 fogos. Calculam os historiadores cada fogo poderia ter entre quatro ou cinco habitantes que dariam uma população para Safara entre os 728 a 910 habitantes.
Além da sua dimensão, o que mais diferenciava Safara das mais povoações vizinhas era a grandiosidade da sua Igreja, há quem aponte a hipótese do actual edifício não ter sido erguido, com as actuais dimensões, de uma só vez. Uma coisa é certa, ao inicio do século XVI, Safara já tinha Igreja.
Esta afirmação é sustentada na documentação existente que nos anuncia que, a 20 de Setembro de 1534, a Igreja de Santa Maria da Assunção do lugar de Safara recebe o visitador Luís Alvarez de Proença (representante do cardial). Este reune-se na dita Igreja com uma Assembleia do Povo, com o juíz vereador e o vigário. Aproveitando a presença do representante do cardial, o povo de Safara sulicita que a Igreja Matriz de São João Baptista de Moura deixe de administrar a fábrica da Igreja de Safara e os rendimentos das suas terras. Num rogo astuto, é proposto ao cardial que mande uma vez por ano um visitador a Safara para gerir as contas da Igreja, pagando-lhe metade daquilo que a Igreja de São João Baptista de Moura cobrava pelo mesmo acto. O representante do Cardial aceita de pronto a reivindicação do povo e das autoridades de Safara e é lavrado um auto que liberta a Igreja de Santa Maria da Assunção da administração da Igreja Matriz de São João Baptista. Como se fica a perceber em 1534 já a Igreja de Santa Maria da Assunção de Safara existia.
Acerca da Igreja de Safara, aparecem-nos também curiosas informações nas memórias paroquiais de 1758, 3 anos após o grande terramoto. Para saber o estado do país, o Marquês de Pombal manda lavrar um inquérito com perguntas pré definidas que faz chegar a todas as paroquias de Portugal. É a partir dessas respostas que os historiadores têm hoje informações valiosíssimas para as suas investigações.
Sobre Safara ficamos a saber que tinha no ano de 1758, 614 habitantes e possuía uma Igreja de admirável arquitectura e era governada por um pároco que era cavaleiro da ordem arial e militar de São Bento de Avis. Ao contrário dos nossos dias da Igreja de Santa Maria da Assunção de Safara não dependiam duas ermidas (São Sebastião e Santa Ana), mas cinco: São Sebastião, Santa Ana, Santa Marinhal, São Braz (junto à ribeira de Safareja) e Senhora da Ribeira (muito perto da ermida de São Braz, mas descrita como estando bastante degradada).
Safara mantinha em 1758 a condição de segunda localidade do concelho onde nos é relatado que tem "Escrivão Judicial, Casa do Senado, Cadeia e Relógio Público, o que tudo a faz distinta entre as mais aldeias".
Afirma-se também que aqui nasceram distintos homens de armas e de letras, tais como, o Cardial Maldonado que fora conhecido em todo o mundo pelos os seus escritos, mas que a população dele se havia esquecido por só darem valor à vida dos campos...
EFEMÉRIDES 28 Fevereiro
1904 - Fundação do Grupo Sport Lisboa, primeira designação do Sport Lisboa e Benfica
A 28 de Fevereiro de 1904, é fundado o Grupo Sport Lisboa, primeira designação do clube português Sport Lisboa e Benfica. |
sábado, 27 de fevereiro de 2010
EFEMÉRIDES 27 Fevereiro
1932 - Elizabeth Taylor
A 27 de Fevereiro de 1932, nasce, em Hampstead (Londres), a actriz Dame Elizabeth Rosemond Taylor. Filha de pais norte-americanos, notabilizou-se na 7ª. arte, interpretando papéis inesquecíveis em filmes como Gata em Telhado de Zinco Quente (1958), Cleópatra (1963) e Quem tem medo de Virgínia Woolf? (1966). |
SEMANA SANTA (ENDOENÇAS) Safara
Este ano é ano de Endoenças em Safara, depois de passar o dia internacional da mulher começarei a publicar fotos e alguns textos sobre estas celebrações.
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
EFEMÉRIDES 25 Fevereiro
A 26 de Fevereiro de 1802, nasce, em Besançon, no Doubs, o escritor e poeta francês Victor Hugo, autor, entre outras obras, de Notre-Dame de Paris e Les Misérables.
|
EFEMÉRIDES
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
C A M Safarense - uma nova esperança
A nova direcção que é composta por Manuel Rosa Valente (presidente) Francisco Perfeito dos Santos (secretario) e Rogério Gonçalves (tesoureiro) elegeu com prioridades a reorganização da banda de musica que neste momento já esta a ensaiar e a dar formação a novos músicos e a resolução do problema de colocar o edificio em nome da colectividade, problema esse que se arrasta à anos.
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
"A ILHA DAS DUAS PRIMAVERAS"
é o terceiro romance de Carlos Campaniço, natural de Safara, que foi apresentado no passado dia 6 de Fevereiro, na antiga fábrica de Moagem de Safara, e que tem por base uma ilha no Mediterrâneo que ainda não foi descoberta “…e é um livro tripartido de acção, onde primeiro passa a acção num local não identificado no Mediterrâneo, depois dá-se uma viagem até a personagem principal encontra a ilha e depois, finalmente, encontra a tal ilha ainda a viver como no tempo da Grécia Antiga, no tempo da Grécia Clássica, é uma história de amor, com contornos históricos, num tempo dividido entre um período clássico e um período mais contemporâneo…”.